quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Herdeira do magnata Lúcio Thomé Feteira processa Duarte Lima



«A filha do magnata Lúcio Thomé Feteira garante que vai recorrer aos tribunais para obrigar Duarte Lima a revelar o paradeiro de quase seis milhões de euros, transferidos de um banco suíço para contas do advogado e ex-deputado do PSD.

"Obviamente que o iremos processar", disse ontem ao JN Olímpia Feteira de Menezes, uma das principais herdeiras da fortuna ainda incalculada do industrial e empresário do imobiliário que chegou a ser uma das pessoas mais ricas do Mundo. Em causa estão quase seis milhões de euros de um total de cerca de 26 milhões transferidos de contas em vários países por Rosalina Cardoso Ribeiro, secretária e companheira de Thomé Feteira durante mais de 30 anos e que foi brutalmente executada a tiro no Rio de Janeiro, em Dezembro do ano passado.

Na posse dos herdeiros e da Polícia brasileira, que investiga o assassinato, estão, segundo Olímpia de Menezes, "documentos que provam de forma irrefutável que, entre Março e Maio de 2001, foram feitas várias transferências da Union de Banques Suisses para Duarte Lima". "Tudo está absolutamente documentado. Ele terá que explicar como o dinheiro foi parar à sua conta", acrescenta. Ainda segundo a herdeira, "em Maio de 2001 a conta foi posta a zero".

Os levantamentos foram efectuados meses após a morte de Lúcio Thomé Feteira, pela sua companheira, que estava legalmente habilitada para o efeito. Olímpia de Menezes considera que Rosalina Ribeiro não tinha o direito de o fazer, uma vez que o dinheiro fazia parte da herança.

Em testamento, Lúcio Thomé Feteira, tinha deixado o seu património - dinheiro, milhões de metros quadrados em terras em vários países, casas e participações em empresas - à esposa de que nunca se separara (50% mais um terço), a Olímpia (outro terço) e o remanescente seria distribuído pela Junta de Freguesia de Vieira de Leiria (80%), por Rosalina Ribeiro (15%) e por uma sobrinha (5%).

Encontro com Duarte Lima

Duarte Lima aparece associado a este caso logo após a morte de Thomé Feteira, altura em que se tornou advogado de Rosalina Cardoso, e ganhou especial protagonismo pelo facto de ter sido a última pessoa conhecida a ver Rosalina Ribeiro com vida.

A 7 de Dezembro do ano passado, Rosalina desceu do prédio onde morava no Rio de Janeiro, para ir ter com Duarte Lima. Levava uma pasta com documentos. As amigas garantem que estava combinado um jantar num restaurante de luxo, nas proximidades.

Depois disso, existe apenas a descrição de Duarte Lima. O advogado diz que foram a um bar e que de seguida Rosalina lhe pediu para levá-la de carro a uma localidade , a cerca de 90 quilómetros, pois tinha um encontro com uma mulher. Duarte Lima refere que a deixou no local tendo regressado ao hotel, por volta das 22 horas. Rosalina terá sido assassinada pouco depois com tiros no peito e na cabeça. Tinha todas as jóias, mas a pasta com documentos desaparecera.

A Polícia brasileira não ficou satisfeita com as explicações de Duarte Lima, que chegou a invocar sigilo profissional e pretende inquiri-lo de novo, tendo já iniciado ao processo de pedido de abertura de um inquérito sobre o caso em Portugal. Duarte Lima já disse que prestou todos os esclarecimentos à Polícia brasileira.»
in JN online, 12-8-2010

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