terça-feira, 21 de setembro de 2010

Homicídio de Rosalina Ribeiro: Perguntas para Duarte Lima já foram enviadas por 'e-mail'

«A polícia brasileira optou por enviar ontem as perguntas para agilizar processo





A delegacia de homicídios do Rio de Janeiro enviou ontem para as autoridades portuguesas, via e-mail, as 193 perguntas a que Duarte Lima - advogado português de Rosalina Ribeiro - terá de responder. Segundo as autoridades daquele país, foi também enviado, durante o dia de ontem, um fax para a Interpol com o mesmo conteúdo.

Após alguns depoimentos informais de Duarte Lima - um por fax e outro por telefone -, as autoridades cariocas sentiram necessidade de elaborar uma carta rogatória para esclarecer alguns pontos que consideram contraditórios.

Um dos pontos que continua a não fazer sentido para a delegacia encarregada da investigação é o aluguer da viatura com que Duarte Lima transportou a sua cliente desde a sua residência (praia do Flamengo) até Maricá. "Ainda não fomos informados de onde é que foi alugado o carro, nem de qual a a marca e modelo do mesmo", revelou, ao DN, fonte das autoridades daquele país.

Caso o advogado não se recorde mesmo da empresa nem da viatura, é possível chegar até essa informação através do cartão de crédito em que foi feito a caução. "É por isso que nós queremos saber qual o cartão de crédito usado no aluguer da viatura", sublinhou fonte policial.

Contudo, esse é apenas um dos pontos centrais, visto que, para a polícia do Rio de Janeiro, é ainda importante perceber se o pedido de Duarte Lima para dispensa de sigilo profissional foi ou não deferido pela Ordem dos Advogados de Portugal e qual o motivo de ainda não terem sido informados dessa decisão.

Apesar de estarem prestes a começar as diligências em Portugal, as autoridades brasileiras continuam a procurar outras linhas de investigação e outros depoimentos. Na semana passada, tal como foi noticiado ontem pelo DN, a polícia carioca falou de modo informal com um assessor do banqueiro norte-americano David Rockefeller - com quem o milionário português fez alguns negócios em vida. Da conversa ficou claro que Rosalina Ribeiro não combinava encontros em locais onde não se sentia muito à vontade. "Isso foi importante para a investigação em curso", salientou fonte das autoridades.

Olímpia Feteira Menezes, filha do milionário português, disse ontem, em declarações ao DN, estar impressionada com o rumo que a investigação está a tomar.

"Sempre confiei muito na polícia brasileira, mas de facto há pistas que eles estão a seguir que eu não pensei que eles o fizessem. Daquilo que percebo, está a ser, de facto, um trabalho bem feito", disse a cabeça de casal.

A filha de Tomé Feteira acrescentou ainda que "o que está em causa é um aspecto humano, a morte de uma pessoa, e que por isso tudo deve ser investigado até à exaustão", o que a polícia carioca "tem estado a fazer", concluiu.

Sobre os próximos passos que serão dados em Portugal e no Brasil, a herdeira disse estar tudo dependente das respostas que Domingos Duarte Lima dará às questões enviadas pelas autoridades daquele país.»

in DN online, 21-9-2010

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