sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Proença-a-Velha: Matou homem que sodomizou o seu burro

«Suspeito de matar violador de animais é o dono de burro sodomizado e sempre clamou inocência. Foi agora detido.




A Judiciária de Coimbra deteve na noite de quarta-feira o suspeito da morte de Jaime Pires do Ó, o homem de Proença-a-Velha, 68 anos, conhecido como "Jaime Ovelha" por alegadamente violar ovelhas e galinhas. Ao que o DN apurou, o suspeito do crime, ocorrido no dia 19 de Setembro, é o dono de um burro que no início do mês tinha sido sodomizado com um pau.

O acto foi imediatamente atribuído a "Jaime Ovelha" e tocou especialmente a José Gomes Pinto, 55 anos, que, na altura e em declarações à comunicação social, assumia a sua revolta. "Se cá estivesse naquela altura, se calhar, tinha--lhe dado uma lição. Mas não estava. Só regressei dois dias antes de o matarem. Eu nem o cheguei a ver", afiançava, clamando inocência e enumerando as qualidades do burro Russo. "Sei que sou suspeito porque já fui ouvido duas vezes pelos inspectores da Judiciária. Na primeira vez até me pediram a roupa que usei no domingo (dia 19). Dei-lhes tudo. Estou à vontade. Não fiz nada", garantia.

Contudo, "os fortes indícios" e provas que a PJ foi recolhendo indiciam o contrário, apesar de as autoridades acreditarem que o crime não tenha sido premeditado. Ao que tudo indica, o suspeito terá ferido "Jaime Ovelha" durante uma conversa que teria como objectivo ameaçá-lo. O homem terá usado uma navalha para o efeito e acabou por ferir a vítima no peito. Esta ainda tentou pedir ajuda mas acabou por cair a menos de 30 metros de casa. Foi encontrado numa poça de sangue, só com roupa íntima de senhora e uns chinelos.

Ninguém estranhou pois estavam habituados a vê-lo assim. Aliás, na aldeia e apesar de todos negarem que o homicida estivesse entre os habitantes (PJ chegou a temer pacto de silêncio), era claro que poucos lamentavam a sua morte. Sabe-se que terá violado o primeiro animal (uma ovelha) aos 12 anos. Casou e foi viver para Lisboa, onde foi coveiro e bombeiro. Após o divórcio regressou à aldeia e passaram a ser-lhe atribuídos actos sexuais com galinhas. De uma vez terá atacado mais de 30 e o assunto até foi discutido na assembleia de freguesia. Também cumpriu pena por violar uma idosa.

Quando saiu da cadeia regressou à aldeia. Vivia na miséria apesar da reforma (obtida com a ajuda de um habitante da aldeia) e das ajudas do pároco. O corpo esteve uma semana por reclamar. Foi a irmã que tratou do funeral.

O alegado homicida foi ouvido no Tribunal de Idanha-a-Nova e, até à hora de fecho, era desconhecida a medida de coacção.»

 
in DN online, 29-10-2010


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