sexta-feira, 22 de abril de 2011

Madeira: Mortes da catástrofe sem culpados

«No despacho do arquivamento do inquérito, o Ministério Público conclui que não houve "indícios" para imputar a morte das 48 vítimas do temporal.

O jornal 'Público' noticia hoje que o "Ministério Público, na investigação feita ao temporal de 20 de fevereiro de 2010 na Madeira, não encontrou indícios que permitam imputar a morte de qualquer das 48 vítimas a ato humano, voluntário ou meramente negligente", acabando por concluir que todas as mortes resultaram de "causa natural".

"O procurador da República na região ordenou assim o arquivamento do inquérito, sem desencadear qualquer procedimento criminal", refere o jornal.

O diário acrescenta que "no despacho de arquivamento, o procurador da República coordenador na Madeira, Gonçalves Pereira, justifica que durante a investigação não foram recolhidos indícios do cometimento de qualquer ilícito criminal, de natureza pública, razão pela qual não determinou a extração de qualquer certidão para procedimento criminal".

"Todas as mortes são de causa acidental, não podendo estabelecer-se qualquer nexo de causalidade entre comportamento humano, culposo ou doloso, e os resultados da morte verificados", diz ainda o relatório.

O temporal de 20 de fevereiro de 2010 causou 48 mortes e sete desaparecidos e 1080 milhões de euros de prejuízos.

"É o culminar de um processo doloroso"

O secretário regional dos Assuntos Sociais da Madeira disse hoje que o arquivamento pelo Ministério Público do inquérito às mortes provocadas pelo temporal de 20 de fevereiro "é o culminar de um processo doloroso para as famílias".

"É o culminar de um processo de um período de muito sofrimento e o Ministério Público trabalhou célere para bem das famílias que perderam os seus familiares", disse à agência Lusa Francisco Ramos.

O secretário regional adiantou que com o encerramento do inquérito, as famílias vão poder resolver "partilhas, receber os dividendos e as pensões" a que têm direito.»


in Expresso online, 22-4-2011


Sem comentários:

Enviar um comentário