sexta-feira, 22 de abril de 2011

Tribunal da Lousã: Despachos desapareceram do sistema informático

«O Instituto das Tecnologias de Informação na Justiça (ITIJ) ordenou uma segunda auditoria ao caso do desaparecimento de 15 despachos do sistema informático utilizado pelo juiz presidente do Tribunal da Lousã, em Coimbra.



 
Segundo o semanário "Expresso", o juiz-presidente do tribunal da Lousã fez 15 despachos e, como é obrigatório, guardou-os no Citius, o processo informático do Ministério da Justiça que liga os tribunais. Dois dias depois, os documentos desapareceram do computador do juiz João Ferreira, que comunicou o caso ao Conselho Superior de Magistratura (CSM).

Contactado pela Agência Lusa, o presidente do ITIJ, Bruno Sá, adiantou que a partir do momento que o instituto foi informado dessa situação, através do gabinete do secretário de Estado da Justiça, foi ordenada a abertura de uma auditoria externa.

Segundo Bruno Sá, a auditoria apontou duas conclusões: "ou efectivamente houve um erro humano ou houve uma falha de comunicação entre o servidor e o cliente no próprio tribunal. Ou seja, não tem a ver com a rede informática da justiça, tem a ver com a rede interna do tribunal".

Mas como a auditoria foi "inconclusiva", o ITIJ, após a recepção das conclusões, que foram enviadas para o CSM e para a Associação Sindical dos Juízes Portugueses, ordenou que "a auditoria fosse aprofundada para saber rigorosamente o que aconteceu".

Bruno Sá espera ter resultados da segunda auditoria dentro de "30 a 40 dias": A primeira auditoria foi preliminar, durou cerca de duas semanas, mas "para uma maior análise vai necessário mais tempo", justificou.

Bruno Sá adiantou que, desde 2005 é responsável pelo Citius, e esta foi a primeira vez que o ITIJ efectuou uma auditoria, frisando que nunca tinha ocorrido uma situação destas.

"Obviamente que aconteceram casos esporádicos, de outras situações, mas que sempre foram esclarecidas. Nunca houve necessidade de ocorrer uma auditoria", sublinhou.

Em declarações ao Expresso, o juiz João Ferreira rejeitou a hipótese de erro humano e afirmou: Podia ter-me esquecido de validar os despachos, mas o que o sistema diz é que eu nem sequer acedi aos processos. E isso eu sei que não é verdade".»


in JN online, 22-4-2011


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