quinta-feira, 12 de maio de 2011

Oliveira do Bairro: Pai de juíza planeou o homicídio do ex-genro uma semana antes

«O Ministério Público, na acusação a que o CM teve ontem acesso, entende que o engenheiro António Ferreira da Silva, 63 anos, já tinha o crime premeditado uma semana antes de assassinar a tiro o ex-genro, a 5 de Fevereiro, durante uma visita que o advogado Cláudio Rio Mendes fez à filha, de três anos, em pleno parque público da Mamarrosa, Oliveira do Bairro.

- António Ferreira da Silva -

Diz a acusação que, depois de uma discussão a 29 de Janeiro, "o arguido decidiu levar uma arma para o segundo encontro, a qual desde logo projectou utilizar contra Cláudio caso surgisse oportunidade".

Assim, a 5 de Fevereiro, o engenheiro aproveitou-se do facto de durante a discussão Cláudio ter batido numa tia-avó da juíza Ana Joaquina – ex-mulher de Cláudio e filha de Ferreira da Silva – para atingir os seus intentos. "Viu ali uma oportunidade para concretizar o desígnio homicida", diz o procurador.

Recorde-se que Cláudio Mendes foi assassinado com cinco tiros. Ainda tentou fugir, mas, apesar de ter a neta ao colo, Ferreira da Silva continuou sempre a disparar.

A acusação do MP relata ao pormenor o momento em que Cláudio foi assassinado e que ficou registado num vídeo, que o CM divulgou. O procurador não tem dúvidas e diz que o engenheiro premeditou a morte do ex-genro uma semana antes e que o assassinou porque o odiava: "Muniu-se de uma arma, agindo de forma pensada, sabendo que odiava a vítima. Disparou a curta distância e com frieza de ânimo", pode ler-se.

Entretanto, a prisão preventiva é mantida – considerando o juiz que há perigo de o engenheiro também matar os familiares de Cláudio que queiram ver a pequena Adriana.

UM DOS CASOS MAIS CÉLERES DA JUSTIÇA

A acusação do Ministério Público contra Ferreira da Silva saiu em tempo quase recorde. É um dos casos mais céleres da Justiça portuguesa e, caso não seja pedida a abertura da instrução do processo, o julgamento deverá começar muito em breve. Na maioria dos processos que envolvem presos preventivos, a acusação apenas é deduzida no mínimo ao final de seis meses. Já Ferreira da Silva viu o Ministério Público acusá-lo em pouco mais de três meses.

Modesto Mendes e Isabel, respectivamente irmão e mãe de Cláudio, constituíram-se assistentes no processo e irão testemunhar em tribunal.

PODE MATAR MAIS FAMILIARES

A acusação do Ministério Público assenta na convicção de que Ferreira da Silva planeou a morte de Cláudio Rio Mendes no dia 29 de Janeiro, quando por ordem do tribunal o advogado esteve pela primeira vez com a filha no parque – já nessa primeira visita os ânimos se tinham exaltado. E, por isso, o procurador decidiu agravar a configuração do crime de homicídio simples para qualificado – punível até 25 anos. Entretanto, depois de o juiz de instrução ter levantado recentemente a hipótese de Ferreira da Silva, depois de ter morto Cláudio, também poder agora matar os pais e o irmão da primeira vítima, caso se tentem aproximar da pequena Adriana, o Ministério Público sustentou agora, na acusação, a manutenção da prisão preventiva com base nesse risco. "Existe o perigo de reagir de forma idêntica contra os avós e tios que possam querer ver reconhecido o direito de visitas da menor", disse o juiz de instrução. Além do homicídio, o engenheiro também está acusado pelo facto de o revólver do crime estar ilegal.»

Foto e texto in CM online, 12-5-2011

Veja o vídeo do homicídio:

AVISO

Este vídeo contém imagens chocantes


 

Vídeo in YouTube, 22-02-2011


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