sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Juíza ordena libertação imediata de Isaltino Morais


«A juíza do Tribunal de Oeiras decretou esta tarde a libertação imediata de Isaltino Morais.

Questionado pelo PÚBLICO sobre a possibilidade de uma nova detenção de Isaltino Morais devido a um recurso pendente no Tribunal Constitucional, Rui Elói, advogado do autarca, afirmou: “Só espero que não aconteça um ‘Vale e Azevedo 2’. Será complicado mas lá estaremos”.

Isaltino Morais foi detido ontem com base num mandado de prisão pelo juiz do 2.º Juízo Criminal de Oeiras. A justificar a detenção esteve o acórdão do Supremo Tribunal de Justiça que confirmou, em Maio, a pena de dois anos de prisão efectiva aplicada pelo Tribunal da Relação de Lisboa, em 2010, ao ex-ministro do Ambiente do Governo de Durão Barroso, transitou em julgado no dia 19 deste mês.

O Tribunal de Oeiras decretou esta tarde a libertação imediata de Isaltino Morais com base no princípio “in dubio pro reo” (em caso de dúvida, decide-se a favor do réu).

A decisão da juíza do Tribunal de Oeiras chegou depois de ter analisado uma certidão do Tribunal Constitucional a informar que estava pendente um recurso com efeitos suspensivos sobre acórdão do Supremo que confirmou a pena de prisão de dois anos a Isaltino Morais. Ao início da tarde de hoje, a magistrada ordenou a publicação de um despacho a pedir esclarecimentos aos tribunais superiores sobre a certidão. Algumas horas depois, ordenava a libertação do autarca.»


in Público online, 30-9-2011

Leiria: Polícia Judiciária detém suspeito de matar a mãe em Amor


«Um homem foi detido, esta sexta-feira, pela Polícia Judiciária de Leiria por suspeita de ter assassinado a mãe em Casal Novo, freguesia de Amor.

Um homem, de 33 anos, é suspeito de ter matado a mãe, com várias facadas, esta madrugada, em Casal Novo, freguesia de Amor, apurou o JN. O suspeito foi entretanto detido pela Polícia Judiciária de Leiria.

O alerta foi dado às 2.20 horas e a vítima terá cerca de 67 anos, informou fonte do Comando Distrital de Operações e Socorro, acrescentando que no local estiveram três homens e uma viatura dos Bombeiros Voluntários de Leiria, além de uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação.

Fonte da GNR informou que aquela força de segurança foi chamada no âmbito de um crime de homicídio e que já encontrou a mulher morta, tendo-se limitado "a preservar a área para posterior trabalho da Polícia Judiciária", que está encarregada da investigação.»


in JN online, 30-9-2011

Isaltino Morais está preso, mas continua a ser presidente de Oeiras

«O presidente da Câmara de Oeiras foi detido quinta-feira à noite pela PSP, depois de o Tribunal da Relação de Lisboa o ter condenado a dois anos de prisão, por fraude fiscal e branqueamento de capitais, mas não perde o mandato.




Isaltino Morais foi eleito pela primeira vez presidente da Câmara de Oeiras em 1986 pelo PSD. Cumpre agora o seu último mandato autárquico tendo sido eleito com apoio do movimento (Isaltino - Oeiras Mais à Frente, IOMAF). O número dois da câmara é Paulo Vistas, licenciado em Gestão de Empresas e militante social-democrata desde 1990.

A defesa de Isaltino Morais enviou ainda à na quinta-feira à noite dois requerimentos ao Tribunal de Oeiras a solicitar a "libertação imediata" do autarca, considerando que foi detido um "presumível inocente", uma vez que o processo não transitou em julgado.

Em declarações à Agência Lusa, o advogado do autarca, Rui Elói Ferreira, disse que o "tribunal de Oeiras terá partido do pressuposto errado" de que o processo de Isaltino Morais já teria "transitado em julgado", o que ainda não aconteceu uma vez que estão "pendentes" dois recursos no Tribunal Constitucional.

"O que aconteceu é gravíssimo. Meteram na cadeia um presumível inocente, uma vez que toda a gente é inocente até aos processos transitarem em julgado, o que não foi o caso", disse.

O causídico adiantou que um dos recursos ainda está em prazo de alegações: "Os advogados foram surpreendidos quando estavam a preparar a alegação para o Tribunal Constitucional, ainda para mais, um recurso que tem efeitos suspensivos", considerou.

Rui Elói Ferreira acrescentou que já enviou dois requerimentos ao Tribunal de Oeiras a pedir a libertação do autarca.

"Isto é um atentado ao Estado de direito. Se não for libertado até ao meio-dia vamos apresentar um pedido de habeas corpus ao juiz de instrução criminal do Tribunal de Oeiras. Isto é gravíssimo e nunca julguei que um dia pudesse presenciar a uma coisa destas. Foi uma precipitação brutal", disse.

O 'Caso Isaltino' teve início há mais de oito anos, quando o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) iniciou uma investigação ao autarca, por suspeitas de que possuía contas bancárias não declaradas na Suíça e na Bélgica.

Isaltino Morais foi constituído arguido pelo Ministério Público em 2005, em pré-campanha autárquica, perde a confiança política do PSD e encabeça um movimento independente (Isaltino, Oeiras Mais à Frente) nas eleições autárquicas, que vence.

Apesar de sempre reclamar inocência quanto aos crimes de que era acusado, quatro anos depois Isaltino Morais é condenado a sete anos de prisão e a perda de mandato por fraude fiscal, abuso de poder e corrupção passiva para ato ilícito e branqueamento de capitais.

A defesa do autarca avança com um recurso para a segunda instância e em Julho de 2010 o Tribunal da Relação de Lisboa decide baixar a pena de prisão de sete para dois anos pelos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais e anular a pena de perda de mandato.

A partir daqui, o número de recursos do Ministério Público (MP) e de Isaltino Morais multiplicam-se: primeiro é o MP que recorre da redução da pena por parte do Tribunal da Relação de Lisboa, ao mesmo tempo o autarca avança com recursos para o Tribunal Constitucional e para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) para "fazer cair" a pena de prisão efectiva.

Em Maio, o Supremo rejeita pedido de anulação de pena de dois anos de prisão efectiva de Isaltino Morais e faz subir para o dobro a indemnização cível a que estava sujeito a pagar.

Para que a decisão não transite em julgado, o presidente da Câmara apresenta recurso ao Tribunal Constitucional, uma medida que é aceite pelo Supremo.»


in JN online, 30-9-2011

Brasil pode julgar Duarte Lima à revelia, diz o jornal SOL




Imagem in Sol online, 30-9-2011




«A investigação à morte de Rosalina Ribeiro, no Brasil, está concluída e o relatório da Polícia será entregue em breve ao Ministério Público, escreve hoje o semanário Sol.

As autoridades excluem hipótese de enviar o processo a Portugal e podem emitir mandado de captura.

Felipe Ettore, delegado da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro, recebeu sexta-feira passada o relatório da polícia relativo à investigação do homicídio de Rosalina Ribeiro e poderá propor ao Ministério Público no relatório final, a constituição de Duarte Lima como arguido com base nos "fortes indícios" que o apontam como principal suspeito, apurou o Sol no Brasil, junto de fontes conhecedoras do processo.

Também o jornal "Público" de hoje traz o caso em primeira página, noticiando que "Duarte Lima é o único suspeito da morte de Rosalina no Brasil". Citando o processo da polícia brasileira, este diário afirma que todos os outros suspeitos "foram descartados por falta de provas".»


Texto in DN online, 30-9-2011


quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Isaltino Morais preso na Polícia Judiciária para cumprir dois anos de cadeia


«Isaltino Morais, presidente da Câmara Municipal de Oeiras, foi detido, por volta das 20 horas, pelo Grupo de Investigação Criminal da PSP de Oeiras, soube o Negócios. O autarca foi levado para a zona prisional anexa à PJ, na Rua Gomes Freire, em Lisboa, onde deverá cumprir os dois anos de cadeia a que foi condenado pelo Supremo Tribunal de Justiça.



O Negócios falou com o advogado do autarca, Rui Elói Ferreira, que não confirmou a prisão e disse ainda não ter falado com o seu cliente, salientando que ainda não foi "informado de nada de forma oficial". Confirmou, porém, que "corre um mandado de detenção emitido pelo Tribunal de Oeiras".

O advogado afirma que o despacho "parte do pressuposto errado de transição em julgado da sentença do Tribunal da Relação", e que amanhã será interposto o "pedido de 'habeas corpus' a pedir a libertação do sr. Isaltino Morais". A confirmar-se a prisão, tal "é gravíssimo. Nunca vi nada assim. O processo está pendente no Tribunal Constitucional e, sem estar nada decidido, já há consequências. É inédito", vincou.

Isaltino Morais foi constituído arguido em 2005, num processo relacionado com contas bancárias não declaradas na Suíça e na Bélgica. De acordo com a acusação que lhe foi deduzida em 2006, o autarca de Oeiras “recebia dinheiro em envelopes entregues no seu gabinete da Câmara”, de acordo com o “Público”. Esse dinheiro serviria para licenciar loteamentos, construções ou permuta de terrenos.

Avanços e recuos na Justiça
Em 2009, Isaltino foi considerado culpado de quatro crimes (fraude fiscal, abuso de poder, corrupção passiva para acto ilícito e branqueamento de capitais) pelo Tribunal de Sintra, que absolveu o autarca de um crime de participação económica em negócio e de outros dois crimes de corrupção passiva e condenado a sete anos de prisão efectiva, com perda de mandato, além de ter de pagar 463 mil euros ao Estado.

Isaltino recorreu da decisão para o Tribunal da Relação, que em Julho do ano passado reduziu a pena para dois anos de prisão efectiva, retirando a perda de mandato e reduzino a multa para cerca de 197 mil euros. A defesa de Isaltino recorreu então para o Supremo Tribunal de Justiça, que em Maio último rejeitou o pedido de anulação da pena de dois anos de prisão e repôs a indemnização ao Estado de novo nos 463 mil euros.

O presidente da Câmara de Oeiras esgotou todas as possibilidades ao recorrer, ainda em Maio último, para o Tribunal Constitucional, alegando a inconstitucionalidade de vários tribunais terem rejeitado um julgamento com júri, bem como a não apreciação de um recurso do Supremo Tribunal de Justiça.»
in Negócios online, 29-9-2011

Montemor-o-Velho: Mário Pessoa, que matou mulher e militar da GNR, foi condenado à pena máxima (25 anos de prisão)

«O homem, de 42 anos, acusado de ter assassinado a mulher e um militar da GNR há dois anos foi condenado, esta quinta-feira, pelo Tribunal Judicial de Montemor-o-Velho, a 25 anos de prisão.

Mário Pessoa estava acusado de um total 11 crimes, entre os quais quatro homicídios qualificados, dois na forma tentada.

Durante o julgamento, respondeu ainda por dois crimes de coação agravada e um de resistência e coação sobre funcionário, condução perigosa, incêndio, detenção de arma proibida e violência doméstica.

De acordo com a acusação, a 29 de Novembro de 2009 o arguido matou a mulher, Manuela Costa, de 35 anos, à porta do posto da GNR de Montemor-o-Velho, onde esta se encontrava numa ambulância dos bombeiros locais.

Já depois de detido, no interior das instalações do destacamento territorial da GNR, disparou sobre dois militares, provocando a morte a David Dias, de 42 anos.

Aquando da ocorrência, fonte da corporação de Montemor-o-Velho da GNR adiantou que a mulher, "com sinais de agressão", tinha apresentado queixa contra o marido por violência doméstica naquela manhã.»


in JN online, 29-9-2011

Duarte Lima quis ver fotos do local do crime e do corpo de Rosalina Ribeiro


«Pouco tempo depois de o corpo de Rosalina Ribeiro ter sido encontrado em Saquarema, a 90 quilómetros do Rio de Janeiro, em Dezembro de 2010, os advogados de Duarte Lima no Brasil pediram – e foi-lhes concedido – o acesso às fotos do cadáver e do local onde foi encontrado.

- Rosalina Ribeiro -

O advogado João Ribeiro Filho, mandátario de Duarte Lima, fez o pedido directamente à Polícia Técnico-Científica, que lhe forneceu seis fotografias de Rosalina quando esta foi encontrada em Saquarema, abatida com dois tiros – um no peito, próximo da axila direita, e o outro na zona frontal, na mesma direcção. Chovera bastante na noite do assassínio (7 para 8 de Dezembro) e a ex-companheira de Tomé Feteira jazia numa vala de água cercada de matagal. Em torno do corpo, encontrava-se o seu casaco preto, com a manga esquerda rasgada pelo ombro.

O pedido destas fotos, endereçado pelos advogados de Duarte Lima, leva os investigadores a questionarem: «Para que é que ele quer aquilo?».

A posição em que o cadáver se encontra, a direcção dos tiros e o casaco rasgado levam a mesma fonte policial a concluir: «O autor do crime deve ter parado o carro, saiu, deu o primeiro tiro, puxou-a para o exterior (daí o casaco estar rasgado) e aí deu o segundo tiro».

Não usou o telefone habitual

Já em meados deste ano, Duarte Lima teve acesso a todo o processo – em que já constavam a descoberta do carro que usou, as análises telefónicas e as multas pelas infracções de trânsito que cometeu no dia e na véspera do crime.

Como o SOL noticiou nas edições das duas últimas semanas, o ex-parlamentar social-democrata terá utilizado três telemóveis – um suíço e dois portugueses – sem assinatura, na véspera e no dia da morte de Rosalina. O número que forneceu à Polícia e que usa habitualmente nunca foi ligado nesta viagem ao Brasil (entre 6 e 8 de Dezembro de 2009) – nem para contactar a secretária, Marlete Oliveira, nem o motorista que o conduzia habitualmente, Wenderson Oliveira.

Para combinar o encontro com Rosalina usou um telefone suíço, sem assinatura e mais difícil de rastrear pelas autoridades.

Este facto levou as autoridades que investigam o homicídio a reafirmarem a convicção de que Duarte Lima não só premeditou o crime, como fez tudo para não deixar rasto da sua passagem pelo país. Recorde-se que as amigas mais próximas de Rosalina afirmaram que esta sempre lhes dissera que ia ter um encontro, não com o seu advogado, mas com uma pessoa de sua confiança.»


por Felícia Cabrita, enviada ao Rio de Janeiro
in Sol online, 29-9-2011

O fugitivo George Wright - A incrível história do homicida que casou com uma portuguesa filha de um major


Comprou uma casa, teve dois filhos, abriu empresas em seu nome. Afinal, era um dos homens mais procurados nos EUA       





Maria do Rosário tinha a barriga empinada a cair da cintura. Era uma mulher feliz, prestes a ter um filho, a olhar para a casa de portadas amarelas baptizada com o nome de “Casa das Escadas”. Era ali, naquela descida das Casas Novas, em Colares, Sintra, que ela e Jorge podiam começar uma vida nova. Conheceram-se na Guiné-Bissau, durante a temporada em que ela vivera com o pai, major das Forças Armadas, naquele país. Depois, vieram juntos para Portugal. Compraram a casa velha e reconstruíram-na. Contrataram uns pedreiros; ele, que tinha jeito para as artes, ofereceu-se para tratar da pintura.

 Foi assim, há 26 anos, que um dos criminosos mais procurados nos Estados Unidos se transformou no homem “trabalhador”, “pacato” e mestre da simpatia de quem os vizinhos, claro, como é costume, nunca desconfiaram. Os vizinhos que já ali viviam souberam que quem ia comprar a casa era um americano. Mas o que conheceram foi Jorge, um homem com identidade portuguesa, com um sotaque por vezes “difícil de entender”.

Meses depois de Jorge e Maria do Rosário irem viver para aquela casa, nasceu Marco, que na adolescência seria um adepto do graffiti. Seis anos depois, nasceu Sara que, como excelente nadadora, se tornou atleta federada. Hoje ela tem 20, ele 26, e ambos ainda vivem na casa dos pais. O George Wright condenado por homicídio nos EUA e pirata do ar deixou de existir. Agora era o José Luís Jorge dos Santos, figura difícil de esquecer nos seus 1,82 metros.

 Fundou vários negócios, quase todos ruinosos. Teve um restaurante, uma churrasqueira, uma loja de serviços na Praia das Maçãs registada no seu novo nome, fundou uma empresa online para oferecer os seus serviços como pintor, vendeu cosméticos da marca brasileira Racco, fazia biscates como reparador de móveis. A vida nem sempre foi fácil. O vizinho Vítor, que vive numa casa colada à sua, chegou a arranjar-lhe um trabalho na construção civil. “Mas ele não sabia pintar, não tinha aquele ‘ajeitamento’. A coisa dele era outra pintura, mais artística”, lamenta o vizinho. Na altura em que Jorge tinha a churrasqueira e Vítor era pescador, o americano da Virgínia bateu várias vezes à sua porta, olhos fixos nos pés, cara baixa de vergonha. Oferecia uns frangos em troca de peixe para poder variar na comida que levava à mesa. Vítor oferecia o peixe, mas dispensava o frango. “Já vinham assados. Sabia lá os pontapés que já tinham levado.”

Jorge chegou a oferecer-se para dar treinos de basquetebol aos miúdos da freguesia – tinha sido jogador e treinador da modalidade na Guiné-Bissau. Convidava o vizinho Vítor para dar umas voltas de carro e ir comprar tintas com ele a Alcabideche. Brincava com a vizinha Fernanda, que até agora está de “queixo caído” com a notícia. Não se escondia. Não se trancava em casa. Não desconfiava dos vizinhos. Tinha página de Facebook, fotos espalhadas por blogues na internet. Recebia amigos em casa todos os fins-de-semana. Falava com o vizinho e antigo treinador de natação da filha sobre o desporto na América.

 Na segunda-feira, nenhum dos vizinhos da casa amarela viu a polícia chegar. A mulher, Maria do Rosário, não voltou a sair à rua. Fechou os taipais de todas as janelas, esqueceu-se da torneira do quintal a correr. O grande mistério que ninguém sabe resolver é se ela sabia que Jorge afinal era George, um homicida condenado e foragido à polícia há 41 anos. Ou se Jorge chegou até si sem passado e só quando a PJ chegou para prender o marido é que Maria do Rosário descobriu o homem que guardava em casa. 


in jornal i online, 29-9-2011

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Médico Alcídio Rangel acusado de abuso sexual a 15 pacientes

«Cirurgião vascular, antigo médico do Hospital de Santa Marta em Lisboa, foi acusado pelo Ministério de Público de crimes de abuso sexual e coação sexual por ter molestado 15 pacientes.          

- Alcídio Rangel -


Um médico de 52 anos foi acusado pelo Ministério Público de 15 crimes de abuso sexual de pessoa internada, em concurso com a prática de 15 crimes de coação sexual, divulgou hoje a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL). Abusos foram praticados entre 2005 e 2010.

Segundo a PGDL, foi apurado que o arguido, fazendo-se valer das funções de médico especialista em cirurgia vascular, que exercia no Hospital de Santa Marta - e ainda nos consultórios e clínicas privadas -, molestou sexualmente 15 mulheres doentes que confiaram nele enquanto médico e prestador dos cuidados de saúde de que estavam carecidas.

Abusos durante as consultas, tratamentos e cirurgias

A acusação refere que, entre 2005 e 2010, o médico praticou atos sexuais de relevo com as 15 ofendidas identificadas, fazendo-o de diversas formas, designadamente antes das cirurgias, após as cirurgias, durante os tratamentos e ainda nas consultas de clínica privada.

Para tanto - descreve a acusação - o arguido aproveitava-se da situação de debilidade e de impossibilidade de reação destas doentes e que nele tinham depositado toda a confiança para a prática dos atos médicos necessários.

"O arguido agiu com o propósito de se satisfazer sexualmente, com intuitos libidinosos e com inteiro desrespeito pela ética médica, com ofensa dos sentimentos de dignidade e de vergonha das ofendidas, suas doentes", diz o despacho de acusação, proferido ontem.

Demitido da função pública e proibido de atos médicos


Entretanto, por intervenção da Inspeção-Geral da Administração de Saúde (IGAS), no âmbito de um processo disciplinar, foi aplicada ao médico, em fevereiro de 2010, a pena de demissão de funções públicas.

Quanto ao processo crime, o arguido tem como medida de coação a obrigação de permanência na habitação, assim como de proibição de contactos e de prática de atos médicos.

A investigação foi dirigida pela 5.ª Secção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa e executada pela Polícia Judiciária.»
Texto in Expresso online, 28-9-2011
Imagem in DN online, 31-3-2011

Brasil: Polícias que mataram a juíza Patrícia Acioli já tinham falhado outras tentativa

«Os polícias que assassinaram a sangue-frio em Niterói, Rio de Janeiro, a juíza Patrícia Acioli no dia 11 de Agosto, já tinham tentado matá-la outras vezes. A magistrada, porém, escapou das outras emboscadas ou por pura sorte ou por incompetência dos atrapalhados criminosos de farda.


- Patrícia Acioli -


A informação foi dada por um cabo da polícia, um dos 11 presos pelo crime e o único que confessou ter participado nele, disparando ao mesmo tempo com duas armas contra Patrícia quando ela chegou de carro, perto da meia-noite, ao condomínio onde vivia. O polícia passou a colaborar com a justiça depois de ser ameaçado pelos outros, e fez as revelações em troca de protecção à sua família, que já foi levada para local desconhecido e está com escolta.


Segundo o depoimento dele, o grupo tentou assassinar a juíza pelo menos outras duas vezes, ambas fracassadas. Numa delas, uma emboscada foi preparada numa estrada por onde Patrícia passaria a caminho do tribunal da cidade de São Gonçalo, também na área metropolitana do Rio, de que ela era titular, mas a juíza, por qualquer motivo, decidiu não ir trabalhar nesse dia. Uma semana antes da emboscada mortal, os polícias tinham tentado novamente, desta feita seguindo o carro de Patrícia mas, mostrando incompetência, atrapalharam-se no meio do trânsito ao chegarem a São Gonçalo e perderam-na de vista.


Por isso, continua o cabo, decidiram então executar o plano na casa de Patrícia, mesmo ela vivendo num condomínio vigiado por cãmaras e por guardas. Ainda não se sabe se por acção deles ou mera coincidência, duvidosa num caso como este, no momento do crime nem as câmaras de vídeovigilância estavam a funcionar nem os guardas estavam nas guaritas onde deveriam estar.


Além do cabo, que usou duas das três armas que mataram Patrícia quando ela parou o seu carro junto à porta de casa, estão presos mais nove polícias de baixa patente, e um tenente-coronel, preso na madrugada de terça-feira. O oficial, Luiz Cláudio Oliveira, que na época do crime era o comandante do batalhão da polícia de São Gonçalo, onde estavam lotados todos os presos, é acusado de ter sido o mandante da execução, temendo uma investigação que a juíza fazia sobre ele e homens sob seu comando por vários crimes.»


in CM online, 28-9-2011

George Wright foi localizado graças a chamada telefónica

«As autoridades norte-americanas localizaram em Portugal o cidadão George Wright, procurado há 41 anos, depois de uma chamada telefónica deste para familiares nos EUA.


- George Wright, quando foi detido nos anos 70 -


Esta versão - revelada à agência Lusa por fonte ligada ao processo - contraria as primeiras informações que indicavam que George Wright ou José Luís Jorge dos Santos, nome que consta no Bilhete de Identidade, teria sido capturado pela Polícia Judiciária através de uma impressão digital do cartão de cidadão.

A fonte disse à Lusa que as autoridades dos EUA já sabiam há algum tempo da localização do cidadão de origem norte-americana com nacionalidade portuguesa, que segunda-feira foi detido em Colares, Sintra.

No dia seguinte foi presente ao tribunal da Relação, onde reconheceu os factos constantes no processo de extradição e opôs-se a cumprir a restante pena de cadeia nos Estados Unidos.

A mesma fonte adiantou que George Wright alegou que, caso fosse extraditado para cumprir a restante pena por homicídio, corria perigo de vida devido à sua ligação passada com o Exército de Libertação dos Negros.

George Wright nasceu nos Estados Unidos a 29 de Março de 1943, mas depois de ter sido condenado pelo homicídio de um veterano da II Guerra Mundial a uma pena de 15 a 30 anos de cadeia, fugiu da prisão.

Posteriormente, e depois de ter desviado um avião para a Argélia e pedido um resgate de um milhão de dólares, juntamente com outros elementos do Exército de Libertação dos Negro, pede à Guiné Bissau asilo político, que lhe é concedido nos anos 1980 e assume uma nova identidade. Passa a chamar-se José Luís Jorge dos Santos.

Após vários anos a viajar entre a Guiné e Portugal, Jorge dos Santos, como era conhecido, apaixona-se por uma portuguesa e casa-se pelo registo civil em 1990 e por via do casamento obtém a nacionalidade portuguesa.

A mesma fonte garantiu à Lusa que José Luís Jorge dos Santos é um cidadão português de pleno direito e tem toda a documentação legal: bilhete de identidade, carta de condução, cartão de contribuinte, cartão de utente e cartão de eleitor.

Tais factos podem levar a que o cidadão possa requerer o cumprimento do resto da pena em Portugal, porque entretanto adquiriu a nacionalidade portuguesa e o Tribunal da Relação de Lisboa pode entender que vigora o princípio de não extradição de cidadãos nacionais.

George Wright, 68 anos, condenado por homicídio e procurado há 41 anos pelas autoridades dos EUA, foi detido na segunda-feira em Sintra pela PJ em cumprimento de um mandado de detenção internacional e encontra-se em prisão preventiva.

Vivia há cerca de 20 anos em Portugal com o nome de José Luís Jorge dos Santos, é casado com uma portuguesa e tem dois filhos de 24 e 26 anos.

George Wright foi condenado em 1962 a uma pena entre 15 e 30 anos por homicídio e fugiu da cadeia de Bayside, em Leesburg (Nova Jérsia), em 1970.

Dois anos mais tarde participou com vários cúmplices no desvio de um avião de uma companhia aérea norte-americana para a Argélia. Antes de se fixar em Portugal viveu ainda na Guiné-Bissau onde obteve asilo político.

George Wright vai opor-se à extradição, apesar de reconhecer a veracidade dos factos constantes do mandado, que será apreciado pela Relação de Lisboa.

A Relação de Lisboa rejeitou o pedido da defesa para que aguardasse o processo de extradição em liberdade provisória, correndo um prazo de oito dias para que sejam apresentados os fundamentos da oposição à extradição para os EUA, onde lhe falta cumprir, pelo menos, uma pena de 23 anos de prisão após uma fuga da cadeia em 1962, antes de desviar um avião.

Segundo o FBI, Wright integrou o Exército de Libertação dos Negros que, em 1972, sequestrou um avião da Delta Arlines que voava de Detroit para Miami, desviando o aparelho até Boston e depois para a Argélia, onde pediram asilo.

Wright, que está também acusado de homicídio, em 1962, de um proprietário de uma bomba de gasolina em Wall, Nova Jérsia, foi o único dos sequestradores que logrou fugir até ser capturado na segunda-feira pelas autoridades portugueses, no concelho de Sintra.

George Wright, conhecido pelos vizinhos em Colares (Sintra) como Jorge Santos, está preso preventivamente no Estabelecimento Prisional da PJ, em Lisboa.»



in JN online, 28-9-2011

A história de George Wright contada pela NBC

Um trabalho da cadeia norte-americana de televisão NBC conta a história de George Wright, o assassino que fugiu de uma prisão nos EUA, em 1970, e foi agora capturado em Portugal. Veja o vídeo em baixo

George Wright foi condenado em 1962 por homicídio e fugiu da cadeia de Bayside, em Leesburg (Nova Jérsia), em 1970.

Em 1972, desviou um avião de uma companhia aérea norte-americana e pediu asilo à Argélia.





in JN online, 28-9-2011

George Wright pertenceu ao movimento radical Exército Negro de Libertação

«A polícia federal dos EUA descreve George Wright, o fugitivo norte-americano de 68 anos capturado em Portugal na segunda-feira, como membro de um dos movimentos radicais negros mais ativos na década de 1970.


- George Wright, primeiro da esquerda -


Segundo o FBI, Wright juntou-se ao Exército Negro de Libertação (Black Liberation Army, BLA) depois de fugir da prisão em 1970.

Wright participou em 1972 no desvio de um avião com 88 passageiros; a imprensa norte-americana da época descreveu os sequestradores como "membros de um grupo ligado aos Panteras Negras", o partido radical negro fundado por Huey Newton.

O BLA resultou de uma cisão dos Panteras Negras, em 1971, quando Newton expulsou Eldridge Cleaver e alguns dos seus apoiantes.

Os Panteras Negras eram um movimento destinado a proteger os negros norte-americanos da brutalidade policial, que evolui para um partido com uma ideologia revolucionária e inspiração maoísta. Cleaver e os seus aliados pertenciam a uma fação mais radical dos Panteras Negras, que defendia a "ação direta" - ataques à polícia, atentados, assaltos.

Em 1972, Cleaver estava exilado na Argélia - para onde Wright e os outros sequestradores levaram o avião desviado.

Ainda na década de 1970, Cleaver renegou o seu ativismo radical e tornou-se um cristão evangélico. O BLA continuou contudo a existir - ou pelo menos o seu nome era utilizado por vários grupos militantes que cometiam atos violentos nos EUA.

Uma das figuras mais famosas do BLA é Assata Shakur ("nome de guerra" de Joanne Chesimard), que foi condenada por vários crimes, incluindo o homicídio de um polícia em New Jersey.

Em 1979, Shakur (tia por afinidade do "rapper" Tupac Shakur) foi libertada da prisão por um comando do BLA, acabando por se exilar em Cuba, onde ainda vive.

Segundo o New York Times, o nome de Shakur constava da lista telefónica de Havana até há alguns anos, mas desde então o seu paradeiro é mantido secreto pelas autoridades cubanas. O então presidente cubano Fidel Castro disse em 2005 que os EUA consideram Shakur "uma terrorista, o que é uma injustiça, uma brutalidade, uma mentira infame".

Outro dos líderes do BLA é Sekou Odinga (Nathaniel Burns), acusado de envolvimento na morte de vários polícias, de atentados à bomba contra centros comerciais e de um assalto a uma carrinha de valores.

Odinga está atualmente detido a cumprir uma pena de prisão perpétua na Califórnia. Num dos seus julgamentos, segundo o jornal San Jose Mercury News, Odinga admitiu que o BLE "reivindicou a morte de agentes da polícia", acrescentando que esses atos eram uma forma de "retaliação por atrocidades continuadas" contra os negros americanos.

George Wright, norte-americano condenado por homicídio e procurado há 41 anos pelas autoridades dos EUA, foi detido na segunda-feira em Sintra pela Polícia Judiciária em cumprimento de um mandado de detenção internacional. Está em prisão preventiva e o Tribunal da Relação irá agora decidir uma eventual extradição, a que o detido se opõe.

Vivia há cerca de 20 anos em Portugal sob identidade falsa, com o nome de José Luís Jorge dos Santos, tendo dois filhos de 24 e 26 anos de um casamento celebrado em território nacional.

George Wright foi condenado em 1962 por homicídio e fugiu da cadeia de Bayside, em Leesburg (Nova Jérsia), em 1970. Dois anos mais tarde desviou um avião de uma companhia aérea norte-americana e pediu asilo à Argélia. O governo argelino devolveu o avião e o resgate aos EUA, a pedido da Administração norte-americana, e deteve os sequestradores temporariamente.

Os cúmplices de Wright foram mais tarde presos, julgados e condenados em Paris em 1976. Wright foi o único que se manteve em fuga, até ser capturado pelas autoridades portuguesas.»


Lusa, 28-9-2011

Homicídio de Rosalina Ribeiro: Retrato-robô de Gisele foi entregue por Duarte Lima

«A entrevista que Domingos Duarte Lima deu a Judite de Sousa, na RTP, em Agosto de 2010, na sequência da revelação em Portugal da morte misteriosa de Rosalina Ribeiro, foi junta pelas autoridades brasileiras ao inquérito sobre o crime.


- Retrato-robô de uma suposta Gisele e Duarte Lima, que o fez chegar ao processo -

A gravação do programa – que se resumiu a um vazio de informações em relação às questões pertinentes do encontro com Rosalina no dia do crime – foi apensa ao proceso devido às contradições de Duarte Lima (ou «mentiras», como sustentam os investigadores).

Na entrevista, Duarte Lima começou por garantir que nunca foi suspeito na investigação brasileira. Depois, Judite de Sousa questionou-o se tinha sido ele ou não a fazer o retrato-robô (que estava a ser divulgado por essa altura na Imprensa portuguesa) de Gisele – uma loira de identidade desconhecida, a cujo encontro ele disse ter levado Rosalina horas antes de esta ser assassinada. O advogado respondeu: «Os retratos-robô nunca são feitos pelas testemunhas. São feitos por especialistas e pelas autoridades. Quando muito, as testemunhas podem dar elementos que contribuem para isso».


- Rosalina Ribeiro -

Mais uma vez, além das provas que as autoridades brasileiras dizem ter em sua mão, que comprometem Duarte Lima no homicídio de Rosalina, o somatório de contradições do ex-deputado não abona a seu favor. Ao contrário do que afirmou na RTP, Lima fez chegar ao inquérito, através dos seus advogados e quase um ano após o início da investigação, um CD com um retrato-robô de Gisele e um cartaz com uma foto de Rosalina – que pretendia que as autoridades distribuíssem em Maricá, onde diz ter deixado a sua cliente, com a misteriosa Gisele.

Fonte ligada ao processo salienta que nada do que Duarte Lima diz na entrevista bate certo com a investigação: «Quem fez afinal aquele retrato? Aqui, no Brasil, não foi. E deveria ser porque os padrões europeus nada têm a ver com os da América do Sul. Mas ele nunca quis colaborar. Depois, só passado um ano sobre a morte da sua cliente, é que queria que a Polícia distribuísse os retratos, para ver se alguém telefonava a dizer que as viu. Estão de brincadeira».»



por Felícia Cabrita, enviada ao Rio de Janeiro
in SOL online, 28-9-2011

Juiz do Tribunal da Relação de Lisboa pediu relatório à Segurança Social sobre George Wright


«Um juiz do Tribunal da Relação de Lisboa recusou o pedido da advogada do cidadão norte-americano George Wright para que este não ficasse em prisão preventiva, mas pediu um relatório à Segurança Social.


- George Wright, primeiro da esquerda -


Fonte judicial explicou à Lusa que o relatório servirá para avaliar as condições sócio-económicas de George Wright, que vive há cerca de 20 anos em Portugal sob a identidade de José Luís Jorge dos Santos, tendo dois filhos de 24 e 26 anos de um casamento celebrado em território nacional.

A advogada pediu na terça-feira que George Wright, procurado há 41 anos pelas autoridades norte-americanas por homicídio, aguardasse o desenrolar do processo de extradição em liberdade provisória, mas o juiz da Relação que apreciou o caso negou provimento.

George Wright, de 68 anos, que está detido no estabelecimento prisional da Polícia Judiciária, em Lisboa, opôs-se à extradição para os Estados Unidos, tendo agora a sua advogada oito dias para fundamentar essa oposição.

Depois o Ministério Público português terá de se pronunciar sobre os argumentos da defesa e o processo de extradição será julgado na Relação, tribunal competente para apreciar estes casos.

No passado, o Tribunal da Relação de Lisboa já foi chamado a apreciar pedidos de extradição de alguns processos mediáticos como dos alegados eterras Tellechea Maya (Julho de 1995), Arikoitz García Arrieta e Iratxe Yáñez Ortiz de Barron (2010), do bombista indiano Abu Salem (Outubro de 2003) e do assaltante de bancos espanhol Jaime Gimenez Arce "El Solitário" (2007), entre outros.

Portugal e os Estados Unidos têm um acordo de extradição, mas isso não impede que os arguidos possam contestar a sua transferência, já que o procedimento não é automático e tem de ser apreciado por um juiz de um tribunal superior.

A pena máxima de prisão em Portugal é de 25 anos e no Estado de Nova Jérsia, onde Wright cometeu o homicídio pelo qual está condenado, vai até à prisão perpétua.

George Wright fugiu da cadeia de Bayside, em Leesburg (Nova Jérsia), em 1970, e, dois anos mais tarde, desviou um avião de uma companhia aérea norte-americana.

Segundo a agência Associated Press, Wright foi condenado pelo homicídio, em 1962, de Walter Patterson, o proprietário de uma bomba de gasolina em Wall, Nova Jérsia, um veterano da II Guerra Mundial e pai de dois filhos.

O condenado terá também cometido vários assaltos à mão armada no mesmo ano e com a ajuda de três cúmplices, que também foram detidos na altura.

Segundo o FBI, Wright era militante do grupo clandestino Exército de Libertação Negra que, em 1972, sequestrou um avião da Delta Air Lines que voava de Detroit para Miami.

Depois de ter libertado os passageiros, a troco de um milhão de dólares (o mais alto resgate pago até então), os piratas do ar obrigaram o comandante a voar até Boston e depois para a Argélia, onde pediram asilo.

O Governo argelino devolveu o avião e o resgate aos EUA, a pedido da Administração norte-americana, e deteve os sequestradores temporariamente.

Os cúmplices de Wright foram presos, julgados e condenados em Paris em 1976. Wright foi o único que se manteve em fuga, até ser capturado na segunda-feira pelas autoridades portuguesas, no concelho de Sintra.»


Lusa, 28-9-2011

Uma simples impressão digital levou à captura do foragido George Wright


«Uma impressão digital no cartão do cidadão português foi o motivo que levou a Polícia Judiciária a encontrar o norte-americano George Wright, que andava fugido às autoridades há 41 anos.


- George Wright, primeiro da esquerda -


Segundo a agência Associated Press (AP), foi a impressão digital de George Wright, condenado em 1962 por homicídio, que denunciou a sua presença em Portugal.

Na segunda-feira, a Polícia Judiciária (PJ) capturou George Wright, em Sintra, onde residia, no cumprimento de um mandado internacional de detenção.

Está em prisão preventiva e o Tribunal da Relação de Lisboa irá agora decidir uma eventual extradição, a que Wright se opôe.

Wright vivia há cerca de 20 anos em Portugal sob identidade falsa, com o nome de José Luís Jorge dos Santos, tendo dois filhos de 24 e 26 anos. Casou-se em território nacional.

George Wright foi condenado em 1962 por homicídio e fugiu da cadeia de Bayside, em Leesburg (Nova Jérsia), em 1970.

Dois anos mais tarde desviou um avião de uma companhia aérea norte-americana e pediu asilo à Argélia. O Governo argelino devolveu o avião e o resgate aos EUA, a pedido da Administração norte-americana, e deteve os sequestradores temporariamente.

Os cúmplices de Wright foram mais tarde presos, julgados e condenados em Paris em 1976. Wright foi o único que se manteve em fuga, até ser capturado pelas autoridades portuguesas.»


Lusa, 28-9-2011

George Wright tem Bilhete de Identidade de cidadão português


«O cidadão norte-americano detido pela PJ, que era procurado pelos EUA e estava em Portugal há mais de duas décadas, tinha Bilhete de Identidade português, disse fonte da Junta de Freguesia de Colares, Sintra, onde residia.


- George Wright, primeiro da esquerda -

Segundo o funcionário da Junta da freguesia onde residia George Wright, no documento identificativo consta que tinha nacionalidade portuguesa e era "filho de pais portugueses", facto que a fonte considerava estranho devido ao sotaque.

"Ele dizia que era da Guiné, mas um tipo africano num país de expressão portuguesa não tem aquele sotaque que levava mais a pensar que era britânico. Agora vejo que era sotaque americano", sustentou.

Jorge Santos, nome por que era conhecido, explorou durante vários anos com a mulher o posto dos correios da Praia das Maçãs, também em Sintra, e era uma pessoa "conhecida" e "respeitada" na terra.

Contudo, o funcionário da Junta sublinhou o facto de a aparência actual de George Wright ser "completamente diferente" da fotografia que consta da lista dos criminosos mais procurados pelo FBI e que está a circular na comunicação social.

Comunicativo, simpático, afável, pacato e participativo na vida cívica, foram os adjectivos utilizados pelos responsáveis da Junta de Freguesia para descrever o norte-americano de 68 anos.

O presidente da Junta de Freguesia de Colares, Rui Franco dos Santos, disse à Lusa que George Wright se ofereceu para treinar as camadas jovens de basquetebol da localidade.

"Todos estamos de boca aberta. Toda a gente se dava muito bem com ele e não sabíamos que era americano", afirmou o autarca, que disse ainda desconhecer se o norte-americano teria exercido o direito de voto durante o tempo que ali viveu.

George Wright, norte-americano condenado por homicídio e procurado há 41 anos pelas autoridades dos EUA, foi detido na segunda-feira em Sintra pela Polícia Judiciária em cumprimento de um mandado de detenção internacional. Está em prisão preventiva e o Tribunal da Relação irá agora decidir uma eventual extradição, a que o detido se opõe.

Vivia há cerca de 20 anos em Portugal sob identidade falsa, com o nome de José Luís Jorge dos Santos, tendo dois filhos de 24 e 26 anos de um casamento celebrado em território nacional.»


Lusa, 28-9-2011

George Wright, o sequestrador de avião que deixou o FBI em fato de banho


«George Wright, o fugitivo norte-americano de 68 anos capturado em Portugal na segunda-feira, participou num dos mais dramáticos sequestros de aviões nos EUA nos anos 1970, que teve repercussões políticas importantes.




Nos Estados Unidos, o desvio do voo 841 da Delta Airlines, em 1972, ficou marcado pelas imagens de um agente do FBI (polícia federal) a dirigir-se para o avião na pista do aeroporto de Miami, vestido apenas com um fato de banho, e carregando um saco de dinheiro.

O diário norte-americano New York Daily News escreve na sua edição de hoje que a "humilhação" do "incidente do fato de banho" contribuiu para que o FBI prosseguisse a sua busca por Wright, mesmo ao fim de quase quatro décadas.

A 31 de Julho de 1972, Wright entrou num avião que seguia de Detroit (norte dos EUA) para Miami (sudeste) vestido de padre. Levava uma bíblia - dentro da qual escondia uma arma.

Wright e os seus cúmplices assumiram controlo do avião, tomando como reféns 88 passageiros, e exigiram o pagamento de um resgate de um milhão de dólares (o maior de sempre na altura num caso de pirataria aérea).

"Sigam as minhas instruções ou alguém se magoa", disse um dos raptores por rádio à torre de controlo do aeroporto de Miami, segundo gravações reproduzidas pela televisão NBC.

"Estamos agora a meter o dinheiro em malas", respondeu a torre. "Antes de deixarmos sair passageiros, tem de estar aqui o dinheiro", disse o sequestrador.

Nos relatos da época da imprensa norte-americana, o número de cúmplices de Wright varia. Segundo a agência Associated Press o grupo incluía dois ou três outros homens, mais duas mulheres e ainda três crianças.

Certo é que as exigências dos raptores foram atendidas: um agente do FBI, só com um fato de banho vestido (para não poder ocultar armas), entregou o resgate. O avião seguiu para Boston, onde foi reabastecido, partindo para a Argélia.

Os sequestradores foram recebidos em Argel por Eldridge Cleaver, um ativista e escritor norte-americano com ligações aos Panteras Negras, movimento radical negro norte-americano.

O Presidente argelino da altura era Houari Boumédiène, cujo regime pertencia ao grupo dos Não-Alinhados e apoiava movimentos subversivos em África, na América Latina e nos EUA. No entanto, Boumédiène estava em negociações com Washington e queria manter boas relações com o Ocidente.

A Argélia manteve os sequestradores sob prisão domiciliária durante alguns dias (embora não os tenha expulsado nem prendido) e confiscou o avião e o resgate, que acabaria por devolver aos Estados Unidos.

Em 1976, os sequestradores - com excepção de Wright - foram detidos e julgados em França. A justiça francesa recusou contudo expatriar os sequestradores para os EUA, considerando que o caso tinha contornos "políticos".

As repercussões políticas do caso do Delta Airlines 841 não se ficaram por aí. No final dos anos 1960 e no início dos anos 1970 registaram-se vários desvios de aviões nos EUA, alguns dos quais causando mortos; em 1974, o presidente Richard Nixon promulgou um pacote legislativo para melhorar a segurança aérea nos EUA, que incluiu, pela primeira vez, a obrigatoriedade de todos os passageiros passarem por detectores de metais nos aeroportos.»


in DN online, 28-9-2011

Sintra: Vizinhos admirados com passado criminoso do "simpático" norte-americano George Wright


«Na pequena localidade de Casas Novas, em Colares, Sintra, nada fazia prever à vizinhança que o "simpático" cidadão norte-americano detido pela PJ era um dos criminosos mais procurados nos EUA.


- George Wright, quando foi detido nos anos 70 -


Durante mais de duas décadas, George Wright disfarçou a sua identidade com um nome bem português - José Luís Jorge dos Santos.

No entanto, uma caixa de correio com a inscrição "US mail" (correios norte-americanos) denunciava a nacionalidade do habitante de uma moradia em tudo o resto semelhante às casas vizinhas.

Conhecido por ser "trabalhador" e "um bom vizinho", o norte-americano vivia naquela localidade com a mulher portuguesa, "filha de um general", e com os dois filhos, ambos na casa dos 20 anos.

Paredes meias com a casa do "senhor Jorge", Vítor Louçada considerava-o um "amigo de longa data".

"Só tenho a dizer bem dele desde que veio para cá. Ele é tão boa pessoa e é muito estranha esta história. Era pintor (da construção civil) e já teve um restaurante em Alcabideche", disse o morador à agência Lusa.

Segundo Adelaide Rosa, moradora do local há 33 anos, a casa era visitada "por muita gente" e a família era "muito simpática".

Também Fernanda Tavares, que se mostrou surpreendida com a detenção, realçou as qualidades de "grande pintor" e "profissional".

"Tenho muita pena. Até estou arrepiada. Nunca houve problema nenhum. Sempre foram muito trabalhadores e ele era um grande pintor, muito profissional", descreveu.

No restaurante mais próximo, o proprietário adiantou que "mal conhecia" a família e apenas se recorda de ter visto o norte-americano apenas uma vez, o suficiente para perceber que "falava mal português".

A agência Lusa tentou ainda falar com a mulher de George Wright, Maria do Rosário Valente, que adiantou: "Não tenho nada a dizer, quando tiver será através do meu advogado".»



in JN online, 28-9-2011

Norte-americano George Wright detido em Sintra opôs-se à extradição


«O cidadão norte-americano detido pela PJ, em Sintra, opôs-se à extradição para os EUA, onde foi preso e fugiu há 41 anos. Vivia sob identidade falsa, com o nome de José Luís Jorge dos Santos. Tem oito dias para apresentar defesa junto do Tribunal da Relação de Lisboa.


- George Wright -


Fonte judicial disse, esta quarta-feira, à agência Lusa, que George Wright, condenado por homicídio nos Estados Unidos e segunda-feira capturado pela PJ depois de estar há cerca de 20 anos em Portugal, vivia sob identidade falsa, com o nome de José Luís Jorge dos Santos.

Segundo a mesma fonte, o cidadão encontra-se detido, em prisão preventiva, no estabelecimento prisional da Polícia Judiciária, em Lisboa.

Na audiência no Tribunal da Relação de Lisboa, a sua defensora pediu para que não lhe fosse aplicada a prisão preventiva, alegando que este tinha dois filhos menores, cuja subsistência ficaria em causa.

Agora, segundo a lei portuguesa, George Wright tem oito dias para apresentar, por escrito, os motivos pelos quais não quer ser extraditado para os Estados Unidos, onde foi condenado a uma pena entre 15 e 30 anos de prisão por homicídio.

Portugal tem um acordo de extradição com os Estados Unidos, mas isso não impede que os arguidos possam contestar a sua transferência, já que o procedimento não é automático e tem de ser apreciado por um juiz de um tribunal superior.

A pena máxima de prisão em Portugal é de 25 anos e no Estado de Nova Jérsia, onde Wright cometeu o homicídio pelo qual está condenado, o limite vai até à prisão perpétua.

A detenção do homicida resultou de uma investigação da PJ em colaboração com as autoridades norte-americanas e a Interpol.

George Wright fugiu da cadeia de Bayside, em Leesburg (Nova Jérsia) em 1970 e, dois anos mais tarde, desviou um avião de uma companhia aérea norte-americana.

Segundo a agência Associated Press, Wright foi condenado pelo homicídio, em 1962, de Walter Patterson, o proprietário de uma bomba de gasolina em Wall, Nova Jérsia, um veterano da II Guerra Mundial e pai de dois filhos.

O condenado terá também cometido vários assaltos à mão armada no mesmo ano e com a ajuda de três cúmplices, que também foram detidos na altura.»


in JN online, 28-9-2011

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Morte de Rosalina Ribeiro: Esperado mandado de captura para Duarte Lima


«Investigação está concluída. Documento com mil páginas refere “indícios veementes de autoria” do homicídio.


- Duarte Lima é o principal suspeito do homicídio -

A polícia brasileira já concluiu toda a investigação à morte de Rosalina Ribeiro, herdeira do milionário Lúcio Tomé Feteira. O processo, em que Duarte Lima é visado como o principal suspeito, tem nove volumes num total de mil páginas – com provas que os investigadores consideram ser suficientes para que o advogado português, que representava a vítima na disputa da herança, seja acusado por um crime de homicídio qualificado.

A decisão caberá ao Ministério Público do Rio de Janeiro, mas em Portugal – que não extraditará um cidadão português – "há a expectativa de que o processo brasileiro seja enviado para Lisboa", onde Duarte Lima pode vir a ser julgado, adiantam ao CM fontes judiciais. E o mesmo, acreditam, deverá ser acompanhado pelo mandado de detenção internacional, emitido pelas autoridades brasileiras.

No processo são referidos vários "indícios veementes de autoria" de Duarte Lima no crime de Dezembro de 2009. As provas assentam nas perícias aos telefonemas efectuados pelo suspeito e no carro alugado por Lima no Brasil, entre outras.

PROPOSTA DE ACUSAÇÃO ESTÁ NAS MÃOS DE ETTORE

De acordo com a lei brasileira, caberá ao delegado Felipe Ettore, responsável pela Divisão de Homicídios da Polícia Federal, no Brasil, analisar os nove volumes com toda a informação dos seus investigadores sobre o homicídio de Rosalina Ribeiro. Será ele quem vai propor a acusação ou então arquivar o inquérito-crime. Em caso de acusação do Ministério Público, o passo seguinte será a emissão de um mandado de captura internacional. O delegado pode ainda solicitar novas diligências aos investigadores, antes de indiciar alguém pelo crime. Felipe Ettore, apesar dos seus 37 anos, é já considerado pelos seus pares um dos mais conceituados investigadores do Rio.»


in CM online, 27-9-2011

George Wright assassino norte-americano em fuga há 41 anos foi capturado em Lisboa


«George Wright é um assassino e ex-pirata do ar que desde 1970 fintava o FBI. O rasto foi descoberto graças a telefonemas feitos para familiares nos EUA

 

- George Wright -


Um dos criminosos mais procurados nos EUA, que em 1970 escapou de uma prisão no estado de New Jersey, foi detido ontem pelas autoridades portuguesas nos arredores de Lisboa, depois de uma pista fornecida pela Polícia Federal Americana (FBI ).

Contactado pelo Expresso, Paul Bresson, porta-voz do FBI, não comentou o caso, cuja investigação se prolongou durante mais de 40 anos. Uma outra fonte policial revelou que o foragido "vivia em Portugal há algum tempo".

George Wright cumpria uma pena de 30 anos pelo assassínio de um veterano da Segunda Guerra Mundial.
Depois de ter escapado da prisão em Agosto de 1970, Wright roubou um carro e fugiu para a cidade de Atlantic City, a capital do jogo da costa oeste americana.

Meses depois, mudou-se para Detroit, onde se juntou ao "Exército Negro de Libertação", trabalhando ainda como modelo.

Pirata do Ar

Em 1972, Wright fez parte de um grupo de piratas do ar, que 'sequestrou' um avião da Delta Airlines (ligação de Detroit para Miami).

Seguiu-se um pedido de resgate de um milhão de dólares e uma fuga de sucesso para a Argélia.

George Wright desapareceria do radar das autoridades, até que recentemente foram detectadas chamadas telefónicas suspeitas para familiares residentes nos EUA.

O FBI, que seguiu a pista em quatro estados americanos, em três continentes e durante mais de 40 anos, terá imediatamente contactado as autoridades portuguesas.»
 


Texto in Expresso online, 27-9-2011
Imagem in Google

Homicídio de Rosalina Ribeiro: Duarte Lima apontou herança de Feteira como móbil do crime


«Os advogados de Duarte Lima no Brasil, que tiveram acesso ao inquérito sobre a morte de Rosalina Ribeiro logo no início de 2010, apontaram a disputa em torno da herança de Lúcio Tomé Feiteira como o móbil do crime, tentando condicionar a investigação.




E foram eles que juntaram ao processo uma sentença dos tribunais portugueses relativa à herança, de Dezembro de 2009, e que era favorável a Rosalina, pois dava como provado que vivia em união de facto com Feteira.

Em requerimento junto aos autos, foi esta a arma que os advogados do ex-deputado arremessaram para comprometer, nomeadamente, Olímpia Feteira, filha do milionário português: «Caso tivesse sucesso na demanda, a D.ª Rosalina seria dona de metade dos bens deixados pelo Sr. Lúcio Feteira. Ou, em outras palavras: Olímpia teria que dividir – com D.ª Rosalina – todo o património herdado do pai».

Os advogados João Ribeiro Filho e Maria Medeiros pediram, por isso, o levantamento do sigilo de alguns telefones que estavam no inquérito e que fossem efectuadas diligências de investigação junto do hotel onde Olímpia Feteira estivera alojada, no Rio de Janeiro, dez dias antes de Rosalina Ribeiro ser assassinada (a 7 de Dezembro de 2009).

Para a Polícia brasileira, no entanto, este requerimento revela alguma imaturidade. «Parece coisa de brincadeira, mas não deixa de ser curioso que, tendo acesso ao inquérito onde está o telefone português pré-pago – que na véspera e no dia do crime surge a ligar várias vezes para Rosalina, a última oito minutos antes de ela ter saído de seu apartamento – eles não tenham pedido também o levantamento dos dados desse celular.

Nem após tanta insistência nossa venha ao processo nessa petição esclarecer que carro usou e onde o alugou» – diz uma fonte conhecedora da investigação.»


por Felícia Cabrita, enviada ao Rio de Janeiro
in Sol online, 27-9-2011

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Terminou investigação ao homicídio de Rosalina Ribeiro

«Polícia do Rio de Janeiro deu por concluída a investigação à morte da antiga companheira do milionário Lúcio Tomé Feteira. Ministério Público brasileiro vai decidir se acusa Duarte Lima.

- Duarte Lima -


Quase dois anos depois do misterioso homicídio de Rosalina Ribeiro, que apareceu morta com dois tiros num local isolado dos arredores do Rio de Janeiro, em dezembro de 2009, a Polícia deu a investigação do caso por encerrada.
De acordo com uma fonte da Polícia Federal do Rio de Janeiro (PFRJ), o trabalho dos inspectores da Divisão de Homicídios ficou concluído na última sexta-feira à noite, dia 23 de setembro.

Cabe agora ao responsável pela Divisão de Homicídios da Polícia Federal, o delegado Filipe Ettore, fazer uma proposta de acusação ou arquivamento do inquérito-crime para que, depois disso, o Ministério Público do Rio de Janeiro decida se o processo segue para tribunal.

Duarte Lima apanhado em contradição


Em causa está a possibilidade de o Ministério Público acusar Domingos Duarte Lima, ex-líder parlamentar do PSD e advogado de Rosalina Ribeiro, de homicídio. Nos nove volumes (cerca de mil páginas) que a investigação ocupa, as informações recolhidas pelos inspectores indicam Duarte Lima como suspeito.

Recorrendo a registos de telemóvel e a dados de trânsito, a Polícia considerou como provada a presença de Duarte Lima, na véspera, perto do local do crime, na área de Saquarema, o que entra em contradição com as declarações prestadas pelo advogado pouco depois do homicídio.

Rosalina Ribeiro era secretária e companheira de Lúcio Tomé Feteira, um milionário de Vieira de Leiria que morreu no final de 2000, dando origem a uma longa disputa sobre a sua herança.

Uma carta rogatória recebida pelo Ministério Público em Lisboa, num dos processos-crime originados por essa disputa, revelou no verão de 2009 que Rosalina Ribeiro transferiu, em 2001, cerca de cinco milhões e meio de euros para uma conta de Duarte Lima no banco suíço UBS.

O dinheiro estava depositado originalmente numa conta conjunta de Rosalina e de Lúcio Tomé Feteira. Essas transferências para Duarte Lima fizeram aumentar as suspeitas da Polícia brasileira em torno do advogado.»


in Expresso online, 26-9-2011